terça-feira, 29 de junho de 2010

AINDA O DESASSOSSEGO DO EDITOR...


No episódio da recusa da “Moraes Editores” em publicar “Levantado do Chão”, Nelson de Matos diz que José Saramago não tem a mesma leitura dos acontecimentos e conta a história de uma outra maneira.

Não sei se haverá outras versões, mas esta é a versão que conheço da parte do autor. Está expressa numa longa entrevista concedida a Baptista-Bastos, e publicada em livro em Outubro de 1996. Por ela se fica a saber que a Bertrand também recusou a publicação.

"BB – Mas esses dois livros foram recusados por editores.

JS – Pois, mas isso já se sabe, isso são histórias cómicas. Penso que há editores, hoje, que torcem a orelha e a orelha não deita sangue.

BB – Um deles é o Nelson de Matos, que já o disse várias vezes publicamente.

JS – Sim o Nelson de Matos já o disse, embora eu suspeite de que o Nelson de Matos esteve sujeito a pressões exteriores e não teve outro remédio senão o de ceder a elas, embora eu pudesse ter esperado que, se assim foi, ele mo dissesse francamente. E, no caso da Bertrand, a Maria da Piedade, a quem levei o “Levantado do Chão”, também não encontrou, suponho eu, modos de convencer-se a si própria ou de convencer o senhor Bulhosa, embora eu duvide muito de que o livro lhe tenha chegado às mãos… quando muito ter-lhe-á chegado o nome da pessoa que o escreveu.
O “Memorial” não teve aventuras nenhumas porque o “Levantado do Chão” foi finalmente publicado pela Editorial Caminho, quando recebeu o “Memorial do Convento”, já tinha o aval do “Levantado do Chão. É certo que são coisas que chateiam, mas isso já se sabe, há livros muito melhores do que estes que também foram recusados e até por pessoas com muito mais responsabilidades do que o Nelson de Matos ou a Maria da Piedade.

Em “José Saramago: Aproximação a Um Retrato” de Baptista-Bastos, 

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