sexta-feira, 20 de abril de 2012

VIAGEM EM REDOR DE UMA REVISTA


No dia 20 de Abril de 1974, saía o nº. 29 da revista Cinéfilo.

O Cinéfilo representou um marco importante nas escassas ofertas de revistas sobre/de espectáculos que, ao tempo, existiam.

Mais tarde irei debruçar-me sobre alguns dos seus números, mas agora, este é o núnero que interessa referir, que abrangia a semana de de 20 a 28 de Abril de 1974.

O Cinéfilo tinha como director Fernando Lopes e António Pedro de Vasconcelos era  o chefe de uma redacção onde pontificavam Adelino Cardoso, José Martins, João César Monteiro.

O presente número é substancialmente dedicado ao filme Jaime de António Reis, uma média-metragem, a estrear brevemente em Lisboa,, mas para o qual, como Carta na Manga, o Cinéfilo, para os seus assinantes, agendara uma ante-estreia marcada para domingo 28, às 11 horas da manhã no cinema Satélite.

A importância que a revista dava a este filme, manifestava-se num longa entrevista a António Reis, feita por Joâo César Monteiro, que será amanhã aqui abordada.

Nas primeiras páginas da revista era publicada uma rubrica intitulada Sete Dias da Semana, em que, por cada dia, se dava destaque a livros, filmes, espectáculos de teatro e bailado, televisão ou exposições.

Eduardo Guerra Carneiro era o responsável da selecção e apresentação dos eventos.



O cineasta Eduardo Geada tinha a responsabilidade de organizar o cartaz dos cinemas, principalmente de Lisboa.

No Apolo 70 estava em exibição Nova Geração (American Graffiti) de George Lucas com Richard Dreyfus, Ronny Howard:

A imagem que George Lucas nos fornece da América de 1962 não corresponde tanto à tentativa de elaborar um documento crítico da época como visão inconsistente que ele possui desse período. Oscilando entre um revivalismo romântico, hoje bastante credenciado junto do público, e uma nostalgia conformada, o filme nunca consegue ultrapassar o esboço superficial e inconsequente.

Atentem, agora, nas sessões da meia-noite para o dia 20 de Abril de 1974:

Alvalade

O Mensageiro de Joseph Losey com Alan Bates e Julie Christie.

Exemplo típico do que é hoje um filme académico, embora seja também, indiscutível
mente inteligente. Uma realização cuidada, minuciosa (O que impõe sempre muito respeito ao público) ilustra às mil maravilhas uma ficção em que a burguesia reconhece com facilidade os vestígios da sua decadência e o saudosismo do seu esplendor classista.

Apolo 70

A Maldita, o Gato e a Morte de Roger Corman com Vincent Price,

(Para mais fácil leitura clicque na imagem).

5 comentários:

Regina disse...

Boa noite, Sammy.
Antes de mais, peço desculpa por "incomodá-lo". É possível referir onde é que acedeu aos exemplares da Cinéfilo? Tem a coleccção da revista? Ando a (tentar) fazer uma investigação (para fins académicos), mas o estado da Hemeroteca Municipal de Lisboa não me tem permitido avançar. Muito obrigada. Peço desculpa por qualquer incómodo.

Regina Morais

sammyopaquete disse...

Sim, possuímos a colecção completa de «O Cinéfilo» encadernada em dois volumes.
Não tem que pedir desculpa pelo incómodo, somos nós que pedimos desculpa pelo atraso na resposta.
Este blogue é um divertimento para quem o faz e se puder ser útil a alguém a satisfação redobra.
Diga como a poderemos ajudar?

nós disse...

Bom dia Sammy e Regina Morais,

Procuro também O Cinéfilo para consulta para um trabalho de investigação sobre um membro da minha família. Devido à sua tão simpática resposta à Regina Morais - que espero que não se zangue com a minha intromissão - peço-lhe também ajuda nessa consulta.
Como podemos comunicar?

Parabéns pela iniciativa e disponibilidade à equipa do Cais do Olhar
Boa sorte à Regina Morais na sua investigação

Rosa Medina

nós disse...

Bom dia Sammy e Regina Morais,

Procuro também O Cinéfilo para consulta para um trabalho de investigação sobre um membro da minha família. Devido à sua tão simpática resposta à Regina Morais - que espero que não se zangue com a minha intromissão - peço-lhe também ajuda nessa consulta.
Como podemos comunicar?

Parabéns pela iniciativa e disponibilidade à equipa do Cais do Olhar
Boa sorte à Regina Morais na sua investigação

Rosa Medina

sammyopaquete disse...

Até este momento a Regina Morais não voltou a contactar-nos para que se possa estudar como poderemos prestar a nossa disponibilidade e ajuda.
Se não vir inconveniente aguardamos um pouco mais de tempo para em conjunto se possa encontrar o caminho a seguir.
Se quiser adiantar algum elemento procederemos a uma pesquisa do que possa existir no «Cinéfilo» sobre esse seu familiar.
Sempre ao dispor.

Um abraço