segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

OLHAR AS CAPAS


Exílio

Alberto de Lacerda
Prefácio de António Ramos Rosa
Colecção Poetas de Hoje nº 13
Portugália Editora, Lisboa Dezembro de 1963


REGRESSO

Não vim à procura de nada
Nem de saudades que não tenho
Nem de carga do tempo perdido
Nem de conflitos sobrenaturais
Do tempo e do espaço

Amei desde criança
Certas coisas que não choro
Fui a pureza deslumbrada que não volta jamais
O vidro sem ranhura que o sol atravessa
A pureza
Que me deixou feridas imortais

Vim para ver
Para ver de novo
Para contemplar sem perguntas
Não vim à procura de nada
Não me perguntem por nada
Um rio não se interroga
O vento não se arrepende.

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