quarta-feira, 5 de março de 2014

APENAS SERVIR A PÁTRIA COMUM


5 de Março de 1974

Por Março começam a desenvolver-se, ainda mais, os desenvolvem diversos acontecimentos que irão desaguar na maré cheia da madrugada de 25 de Abril.

A publicação do Portugal e o Futuro de Spínola fez soar alarmes no governo que, inabilmente como depois se verá, vai tentar pôr cobro às movimentações civis e militares.

São dadas ordens à Assembleia Nacional que prepare uma moção de defesa da política ultramarina mas sem que seja feita qualquer referência concreta ao livro.

No seu Depoimento, Marcelo Caetano escreve:

Entretanto, resolvi usar da faculdade constitucional de discursar na Assembleia. O regime da Constituição de 1933 era presidencialista e o Presidente da República correspondia-se com a Assembleia Nacional por meio de mensagens. Mas o Presidente do Conselho de Ministros tinha o direito de, quando entendesse conveniente, ir à Assembleia e dirigir-se-lhe oralmente. O assunto neste caso merecia-o. Preparei assim com a maior rapidez um discurso em que recapitulava quanto se tinha passado desde 1961 a respeito da defesa do Ultramar, relembrava as directizes adotadas na política ultramarina não só com assentimento da Nação mas por impulso dela e concluía por solicitar à Assembleia que mais uma vez se debruçasse sobre o problema, o encarasse com toda a liberdade de espírito à luz das circunstâncias atuais e dissesse ao governo se era ou não de se manter o caminho traçado. Da conclusão a que a Assembleia chegasse eu tiraria perante quem de direito as ilações lógicas sublinhando desde logo que estava demasiadamente comprometido com uma orientação para poder aceitar outra que me traria sérios problemas de consciência.


As palavras finais que Marcelo Caetano proferiu na Assembleia Nacional:

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