sexta-feira, 21 de março de 2014

OLHAR AS CAPAS


Corpo de Esperança

José Carlos de Vasconcelos
Cancioneiro Vértice, Coimbra, 1964

Proibir, podem. Ferir, podem também.
Matar, podem ainda.
Seguiremos mais cheios de glória,
e cada proibição será um alento,
cada ferimento uma canção,
cada morte uma vitória.

Proibir, podem. Ferir, podem também.
Matar, podem ainda.
Almas entrelaçadas nas outras almas,
mãos esmagadas nas outras mãos,
seremos donos de todos os povos
e senhores de toadas as estradas.

Proibir, podem. Ferir, podem também.
Matar, podem ainda.
Nenhum coração verdadeiramente
jovem se cerra.
E pelo seu sangue de amor e de terra
A luta continua, a esperança não finda.

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