quarta-feira, 18 de março de 2015

O EVANGELHO DOS MARGINALIZADOS



Sou crente, mas muito desiludida, de há uns anos a esta parte, com a Igreja.

Mas a eleição do Papa Francisco veio modificar esse sentimento de desilusão.

Sente-se que está ali um homem, e apenas isso, um homem igual a todos nós, que pensa nos desfavorecidos e nos perseguidos, um homem simples, de uma simplicidade desconcertante, quando nos diz que ser papa não lhe desagrada, mas que acha que o seu pontificado será breve.

Não me desagrada mas sempre detestei viajar, sou uma pessoa caseira. Sublinhou que sempre detestou viajar e que é uma pessoa caseira. A única coisa de que gostava era de poder sair um dia, sem que ninguém me reconhecesse, e ir comer uma pizza.

Cativante.

Como cativantes, e importantes, são estas suas palavras:

Amados irmãos novos cardeais, com os olhos fixos em Deus e na nossa Mãe, exorto-vos a servir a Igreja de tal maneira que os cristãos - edificados pelo nosso testemunho - não se sintam tentados a estar com Jesus, sem quererem estar com os marginalizados, isolando-se numa casta que nada tem de autenticamente eclesial. Exorto-vos a seguir Jesus crucificado em toda a pessoa marginalizada, seja pelo motivo que for; a ver o Senhor em cada pessoa excluída que tem fome, que tem sede, que não tem com que se cobrir; a ver o Senhor que está presente também naqueles que perderam a fé, que se afastaram da prática da sua fé ou que se declaram ateus; o Senhor, que está na cadeia, que está doente, que não tem trabalho, que é perseguido; o Senhor que está no leproso, no corpo ou na alma, que é discriminado. Não descobrimos o Senhor se não acolhermos de maneira autêntica o marginalizado. Recordemos sempre a imagem de São Francisco, que não teve medo de abraçar o leproso e acolher aqueles que sofrem qualquer género de marginalização. Verdadeiramente, amados irmãos, é no evangelho dos marginalizados que se joga, descobre e revela a nossa credibilidade.

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