sábado, 13 de junho de 2015

UM ARISTOCRATA


Passam hoje dez anos sobre a morte de Álvaro Cunhal.
Verticalidade, coerência, firmeza na luta pelas suas ideias e ideais, uma vida vivida com raríssima intensidade.
Muito poucos, em Portugal, se poderão orgulhar de assim terem vivido.

Um dos homens mais inteligentes que conheci. Homem de uma sensibilidade refreada e violentada. Para poder ter sido o que é, ele teve, de certa maneira, de domesticar e de matar o artista que tinha dentro de si. Homem de grande força de vontade e de grande capacidade de trabalho. E um dos poucos aristocratas autênticos que conheci. Conheci-o, pessoalmente, em 1964; e dei-me muito bem com ele. Cunhal  é um leninista.

Manuel Alegre, entrevista ao semanário O Ponto, s/d

Legenda: Fotografia do Diário de Notícias

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