segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

TRÁGICAS ODISSEIAS


A trágica realidade é esta:

Desde o início do ano, que agora finda, já chegaram à Europa, utilizando as mais diversas rotas, 1.005.504 migrantes.

Um aumento de cinco vezes em relação a 2004.

A maioria acantona-se em campos de refúgio, ao frio e à chuva, aguardando uma autorização de emprego, que tarda em chegar, e muitos terão que regressar aos países de origem.

Fogem da guerra, da miséria, da fome, dos mais diversos tipos de perseguições.

E não falamos dos que, naufragando, não chegaram a um destino.

Na terra de onde vêm não os querem, na terra para onde vêm, também não.

Gente sem espaço, à deriva, à espera de uma ténue esperança, à espera da morte.

A Europa perde-se em discussões banais, ressaltam as divisões e os ódios, faz por esquecer uma solidariedade que teimaram em apregoar como bandeira.

Uma catástrofe que levamos para o novo ano.

Outros mais, se nada for feito.

Onde está Deus?, perguntam os que acreditam.

Perguntemos, antes, pelos homens que se vão demitindo de encontrar uma solução para o drama destes seres humanos.

Para que não seja demasiado tarde.

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