quinta-feira, 30 de junho de 2016

DESPEDIDA


Junho chegara ao fim, a magoada
luz dos jacarandás, que me pousava
nos ombros, era agora o que tinha
para repartir contigo,
e um coração desmantelado
que só aos gatos servirá de abrigo

Eugénio de Andrade

É PERMITIDO AFIXAR ANÚNCIOS


Junho chega ao fim: o mês de todas as festas.
Seria bonito que Portugal, logo à noite, conseguisse passar às meias-finais do Euro.
Seria o continuar da festa.

OS CROMOS DO BOTECO



Tem 76 anos este cantor argentino que fez furos nos anos 50.
Os seus boleros faziam parte dos bailes de domingo à tarde.
Este é um desses EPs,



domingo, 26 de junho de 2016

BOLAS PR'O PINHAL


E o Croácia Portugal disse:

Em 120 minutos de jogo Portugal fez dois remates enquadrados com a baliza.

O primeiro de Ronaldo para defesa do guarda-redes croata e que originou a recarga de Quaresma que deu o golo que leva Portugal, pela sexta vez consecutiva, até aos quartos-de-final de um Campeonato da Europa.

Na próxima quinta-feira defrontamos a Polónia.

Fernando Santos, que é um homem de profunda fé, continua a acreditar que Portugal trará o caneco para casa.

Ele treina, e põe a selecção portuguesa, recheada de jogadores com talento bem acima da média, a jogar como treinou e pôs a jogar a Grécia, que era um conjunto de jogadores toscos em que apenas três ou quatro sabiam lidar com a bola.

Disse na conferência de imprensa:

Todos gostaríamos que houvesse exibições brilhantes mas, às vezes, temos de ser pragmáticos. Estes jogos ganham-se assim.

O seleccionador croata lamentou não ter passado a melhor equipa, enquanto que O Diário de Notícias cita uma publicação francesa que sobre a nossa selecção, escreveu:

Sem mostrar grande coisa, sem brilhar e sem garra contra Islândia (1-1), Áustria (0-0), Hungria (3-3) e agora a Croácia (1-0) nos oitavos de final, a selecção provou que é possível chegar aos quartos-de-final ao jogar de forma bem nojenta.

Para o que resta, ficamos a aguardar que, finalmente, Renato Sanches comece a jogar de início.

No que respeita a Cristiano Ronaldo, continuamos a admirar os riscos no penteado e bem gostaríamos que, pelo menos, desse uma arzinho da sua graça.

O homem não está ali,

Nota-se, claramente, que está profundamente cansado.

Ibiza não fica assim tão longe.

ÁCIDOS E ÓXIDOS


É uma coisa estranha este verão
E no entanto ia jurar que estive aqui
Não me dói nada, não. A tia como está?
Claro que vale a pena, por que não?
Sim, sou eu, devo sem dúvida ser eu
Podem contar comigo, eu tenho uma doutrina
Não é bonito o mar, as ondas, tudo isto?
Até já soube formas de o dizer de outra maneira
Há coisas importantes, umas mais que outras
Basta limpar os pés alheios à entrada
e só mandarmos nós neste templo de nada
E o orgulho é a nossa verdadeira casa
Nesta altura do ano quando o vento sopra
sobre os nossos dias, sabes quem gostava de ser?
Não, cargos ou honras não. Um simples gato ao sol,
talvez uma maneira ou um sentido para as coisas
Ó dias encobertos de verão do meu país perdido
mais certos do que o sol consumido nos charcos no inverno,
estas ou outras formas de morrermos dia a dia
como quem cumpre escrupulosamente o seu horário de trabalho
Não eras tu, nem isto, nem aqui. Mas está bem,
estou pelos ajustes porque sei que não há mais
Pode ser que me engane, pode ser que seja eu
e no entanto estou de pé, rebolo-me no sol,
sou filho desta terra e vou fazendo anos
pois não se pode estar sem fazer nada
Curriculum atestado testemunho opinião…
que importa, se o verão é mesmo uma certa estação?
Escolhe inscreve-te pertence, não concordas
que há cores mais bonitas do que outras?
Sou homem de palavra e hei-de cumprir tudo
hão-de encontrar coerência em cada gesto meu
Ser isto e não aquilo, amar perdidamente
alguém alguma coisa as cláusulas do pacto
Isto ou aquilo, ou ele ou eu, sem mais hesitações
Estar aqui no verão não é tomar uma atitude?
A mínima palavra não será como prestar
em certo tipo de papel qualquer declaração?
Há fórmulas, bem sei, e é preciso respeitá-las
como o gato que cumpre o seu devido sol
São horas, vamos lá, sorri, já as primeiras chuvas
levam ou lavam corpos caras
Sabemos que podemos bem contar contigo em tudo
Amanhã, neste lugar, sob este sol
e de aqui a um ano? Combinado
Não achas que a esplanada é uma pequena pátria
a que somos fiéis? Sentamo-nos aqui como quem nasce
Será verdade que não tens ninguém?
Onde é o teu refúgio, ó sítio de silêncio
e sofrimento indivisível? É necessário
Vais assim. Falam de ti e ficas nas palavras
fixo, imóvel, dito para sempre, reduzido
a um número. Curriculum cadastro vizinhança
Acreditas no verão? Terás licença? Diz-me:
seria isto, nada mais que isto?
Tens um nome, bem sei. Se é ele que te reduz,
aí é o inferno e não achas saída
Precário, provisório, é o teu nome
Lobos de sono atrás de ti nesses dez anos
que nunca conseguiste e muito menos hoje
Espingardas e uivos e regressos, um regaço
redondo – o único verdadeiro espaço, o
sabor de não estar só, natal antigo,
o sol de inverno sobre as águas, tudo novo,
a inspecção minuciosa de pauis, de cômoros, marachas
Viste noites e dias, estações, partidas
E tão terrível tudo, porque tudo
trazia no princípio o fim de tudo
A morte é a promessa: estar todo num lugar,
permanecer na transparência rápida do ser
E perguntar será para ti responder
Simples questão de tempo és e a certas circunstâncias de lugar
circunscreves o corpo. Sentas-te, levantas-te
e o sol bate por vezes nessa fronte aonde o pensamento
– que ao dominar-te deixa que domines – mora
Estás e nunca estás e o vento vem e vergas
e há também a chuva e por vezes molhas-te,
aceitas servidões quotidianas, vais de aqui para ali,
animas-te, esmoreces, há os outros, morres
Mas quando foi? Aonde te doía? Dividias-te
entre o fim do verão e a renda da casa
Que fica dos teus passos dados e perdidos?
Horário de trabalho, uma família, o telefone, a carta,
o riso que resulta de seres vítima de olhares
Que resto dás? Ou porventura deixas algum rasto?
E assim e assado sofro tanto tempo gasto

Ruy Belo de Boca Bilingue em Todos os Poemas

Legenda; não foi possível identificar o autor/origem da fotografia.

sábado, 25 de junho de 2016

POSTAIS SEM SELO


Que bem que lhe fica o Verão, Marilyn!

FIM


faz-se tarde
e eu deixei de esperar-te

todos os portos se fecham sobre mim
e a floresta adensa-se

nenhuma clareira se abre à passagem dos
animais e do homem antigo

são 4 horas na manhã de todos os relógios.


José Agostinho Baptista em deste lado onde

Legenda: não foi possível identificar o autor/origem da fotografia.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

quinta-feira, 23 de junho de 2016

QUOTIDIANOS


Ele estava a ler-lhe Rilke, um poeta que admirava, quando ela adormeceu com a cabeça no travesseiro dele. Gostava de ler em voz alta e lia bem, numa voz confiante e sonora, ora baixa e grave, ora retumbante, ora excitante. Enquanto lia nunca desviava os olhos da página e apenas interrompia para estender o braço para a mesinha-de-cabeceira e pegar num cigarro. Era uma voz que a transportava até um sonho povoado de caravanas que iniciavam uma viagem a partir das cidades rodeadas de ameias, com homens barbudos vestidos com túnicas. Tinha-o escutado durante alguns minutos, fechara os olhos e adormecera.


Legenda: fotograma do filme Domicilio Conjugal de François Truffaut

AVISO À NAVEGAÇÃO


Continuamos a não conseguir laborar, na plenitude, com a geringonça com que, diariamente, fazemos este CAIS DO OLHAR.

Renovamos os pedidos de desculpa.

Legenda: fotograma de Tempos Modernos

quarta-feira, 22 de junho de 2016

POSTAIS SEM SELO


Isto de envelhecer é bom: antes de perder a memória, lembramo-nos de muitas coisas.

Jorge Silva Melo em Século Passado


Legenda: fotograma de Os Verdes Anos

POSTAIS SEM SELO


Quanto a mim, gosto das palavras que sabem a terra, a água, aos frutos de fogo do verão, aos barcos no vento; gosto das palavras lisas como seixos, rugosas como o pão de centeio. Palavras que cheiram a feno e a poeira, a barro e a limão, a resina e a sol.
Foi com essas palavras que fiz os poemas. Palavras rumorosas de sangue, colhidas no espaço luminosos da infância, quando o tempo era cheio, redondo, cintilante. As palavras necessárias para conservar ainda os olhos abertos ao mar, ao céu, às dunas, sem vergonha, como se os merecesse, e a inocência pudesse de quando em quando habitar os meus dias. As palavras são a nossa salvação.

Eugénio de Andrade em Rosto Precário

Legenda: pintura  de Mihai Criste

É PERMITIDO AFIXAR ANÚNCIOS


A promoção da Emirates em pleno relvado do Estádio da Luz, no derby frente ao Sporting, valeu à agência O Escritório, um Leão de Ouro no Festival Internacional de Criatividade de Cannes.

Recorde-se que, na referida ação, um grupo de hospedeiras surgiu em pleno relvado e, inspiradas nas tradicionais instruções de segurança a bordo, fizeram uma demonstração sobre a melhor forma de apoiar o clube, incluindo, por exemplo, instruções sobre como usar o cachecol.

O prémio agora arrecadado marca o regresso de Portugal aos Leões de Ouro, um prémio que nenhuma agência nacional recebia há cinco anos.

SER VELHO É UMA INJUSTIÇA


A medicina conseguiu que cada vez mais se prolongue as nossas vidas.

Mas a maioria dos idosos vive ao abandono, outros permanecem em hospitais a guardar que alguém os vá buscar.

Não são conhecidos registos de condenação por crimes contra idosos.

Os velhos enfrentam o azar de serem velhos.

São um estorvo.

A GNR identificou 43.322 idosos a viver sozinhos, isolados ou em situação de vulnerabilidade, um número que quase triplicou desde 2011, ano em que foi realizada a primeira operação "Censos Sénior".

Os cerca de 300 militares da GNR envolvidos na operação "Censos Sénior 2016", que decorreu entre 01 e 30 de Abril em todo o país, fizeram também, pela primeira vez, o levantamento das pessoas portadoras de deficiência, tendo sinalizado 600 pessoas.

Das 600 pessoas sinalizadas, 166 vivem sozinhas, 38 residem em locais isolados, 33 vivem sozinhas e isoladas. As restantes 363 situações não se enquadram nestas situações.

Os dados mostram que, entre 2015 e 2016, quase triplicaram (174%) as situações de idosos que foram sinalizados e reencaminhados para as entidades competentes, sobretudo de apoio social, para fazer o seu acompanhamento futuro.

Manhã de Chuva

Velhice… Sabor a desencanto
em que uns riem, muitos choram, outros vão à missa.
Eu ainda não, claro.

                                 Por enquanto
sinto apenas que ser velho é uma injustiça.

Paciência! Assim está escrito.
E agora espreito para a rua em que das árvores chovem
invernos  de folhas mortas… pingos de luz.

E eu aqui mais uma vez pronto a cumprir o rito
de fingir de jovem.

José Gomes Ferreira em A Poesia Continua

Legenda: fotografia de Herbert Maeder

BOLAS PR'O PINHAL


Parte superior do formulário
Logo, pela tardinha, Portugal volta a entrar em campo pata tentar fazer algo de novo, algo que, até agora, não conseguiu.

Não veremos o jogo.

Partimos manhã cedo, por uns dias, para o Alentejo profundo, onde a electricidade não chegou.

Poderíamos parar a meio caminho e entrar num qualquer café.

A opção foi não seguir a ideia.

Ficar-nos-emos pela rádio, a velha rádio.

As emoções de outros tempos.

Pelo que o Portugal Hungria, no dia seguinte não terá, por aqui, um olhar.

terça-feira, 21 de junho de 2016

PRETEXTOS DE VERÃO


Jean Peters sorrindo no filme Niagara.

Ao lado uma mesa com livros.

Terão sido lidos?

Qual a razão do sorriso de Jean Peters?

Quem viu o filme, sabe.

Quem não viu, talvez conclua que ela sorri porque alguém diz que lhe vai trazer uma bebida e a seguir pôr a rodar a canção Summer Wind.

O vento de Verão, um vento quente, soprando nos seus cabelos.  

Os que disto sabem, dizem que ninguém a interpreta melhor do que Frank Sinatra.

Aliás, o problema está em que quase todas as canções em que Frank tocou, se tornaram únicas.

Talvez haja aqui um pouco de exagero, mas adiante.

Escolheu-se a versão de  Emmy Rossum, actriz, cantora e compositora, de seu nome completo Emmanuelle Grey Rossun, nascida em Nova Iorque a 12 de Setembro de 1986

Por fim: Niagara, provavelmente, é o único filme de Marilyn em que a Diva não nos surge como o seu ar inocente e ingénuo.

Um ar bem diverso da inocência e ingenuidade, diga-se.


NOTÍCIAS DO CIRCO


A Polícia Judiciária deteve dois elementos dos serviços de segurança e um inspector da própria Judiciária e um agente da PSP por suspeitas de corrupção.

A operação policial, que decorreu na zona de Sintra, Lisboa, foi desencadeada por suspeitas de corrupção relacionada com actividades empresariais dos suspeitos fora do âmbito da Polícia Judiciária, nomeadamente com oficinas e inspecções automóveis.

O esquema passava por levar automóveis à inspecção periódica obrigatória, pagando uma determinada quantia para que os veículos fossem aprovados.

O inspector detido pertence à Unidade Nacional de Combate à Corrupção e trabalhava na área da contrafacção de cartões de crédito e moeda falsa.

Já os dois elementos dos serviços de segurança da PJ são um casal, sendo que um deles trabalha actualmente no sector de transportes.

No total, a operação terminou com 19 pessoas detidas, incluindo elementos de centros de inspecção automóvel e das oficinas. 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

O COMEÇO DO VERÃO


Deitou os pezinhos eram 22 horas e 34 minutos e está Lua Cheia.


Chega o Verão e dá sempre para recordar Marilyn Monroe em O Pecado Mora ao Lado, obra-prima de Billy Wilder.

Tom Ewell, o vizinho, convida-a para um copo, ela aceita de imediato e diz-lhe que apenas vai buscar a roupa interior que está congelador.

Uma delícia.

Legenda: fotografia tirada do site de Dom Sumo.

CALAMIDADE PÚBLICA


O Rio de Janeiro decretou o “estado de calamidade pública”, a pouco mais de um mês da abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

O Governo estadual carioca explica que a decisão foi causada por uma grave crise financeira que, entre outras coisas, impede o cumprimento de obrigações assumidas no decurso da realização dos eventos desportivos mundiais sediados no Brasil.

Os governantes nunca mais aprendem.

O mais certo é que não quererem aprender.

Outros interesses os fazem mover.

A Grécia ainda tem pesadas dívidas em relação aos Jogos Olímpicos realizados em Atenas em 2004.

Nós por cá, ainda andamos a pagar os estádios – algumas vez ficarão pagos? – que construímos para o Euro.

Os estádios de Aveiro, Leiria e Algarve transformaram-se em autênticos elefantes brancos.

As autarquias têm vindo a equacionar a venda dos estádios mas ainda não conseguiram avançar.

DA POESIA QUE POSSO


Há uma certa maré nas coisas humanas
Espero pelo verão como por outra vida
no inverno é que o verão existe verdadeiramente
É o dia em que segundo alguns jornais
john hoare e david johnstone iniciam
a travessia do atlântico num barco a remos
É o dia das grandes travessias
o mar a vida isso que importa?
Dios qué bueno es el gozo por aquesta manana
aqui na orla da praia mudo e contente do mar
Ao chegar aos cinquenta sessenta anos
Quando os fizer talvez pense nisso
e não agora a tanto tempo de distância
Agora sou do cúmulo da tarde
desta tarde no início do outono
ou do início desta tarde de outono
Só depois é que pergunto que fazer de tudo isto
que torna o cid meu contemporâneo
Dios qué bueno es el gozo por aquesta manana
de um dia em que me achei mais pachorrento
Manhã ou tarde? primavera ou outono?
Não sei pouco me importa
Pouco me importa o quê? Não sei
(o resto vem no pessoa
Pessoa é o poeta vivo que me interessa mais)
Basta a cada dia a sua própria alegria
e é grande a alegria quando iguala o dia


Ruy Belo em Homem de Palavra(s)

domingo, 19 de junho de 2016

FERNANDO SANTOS NÃO VIU O CAIXA DE ÓCULOS


Houve azar e os 31 anos do CR7, que já não é o mesmo dos 30. Mas um jogo desgraçado não pode morrer solteiro. Eis o culpado: Fernando Santos. No túnel, ele não viu o caixa de óculos. Quando este rapazito soube que lhe cabia o CR7 para dar a mão ao entrar no relvado, puxou-lhe os calções para chamar a atenção, fez sinal de dois golos com os dedos e agarrou na mão do ídolo porque ela era dele, ponto. Futebol: vontade e sonho. Não culpo Santos por não ter visto o miúdo, tinha a cabeça algures, não para aturar garotos. Mas suspeito que ele não entenderia o fascínio que animava o caixa de óculos mesmo se o tivesse visto. A cabeça teimosa de Santos é de engenheiro, não chefe, como Júlio César, que dizia "prefiro ser o primeiro numa pequena aldeia dos Alpes do que o segundo em Roma". Sendo um país secundário do futebol, essa frase devia ser a nossa, de todos, se tivéssemos chefe. Se já fomos segundo e terceiro em competições internacionais, a ambição de um líder (e nossa), neste Euro, seria apostar no milagre. Ora, para ousadias simples (pôr o trio óbvio de ataque), Santos ainda se deixa empurrar. Mas quando, ontem, por causa do azar e apesar do empenho, era necessário turbinar o meio-campo (Renato Sanches), o engenheiro sacou da calculadora e fez-se prudente: 1 ponto mais 1 dá 2, com a vitória no último jogo dá para passar... Então, substituiu tarde e pouco. Miudinho, o engenheiro não viu a grandeza do miúdo caixa de óculos.


Ferreira Fernandes no Diário de Notícias

BOLAS P'RO PINHAL


E o Portugal Áustria disse:

Da euforia ao acabrunhamento.

Não se compreende a ansiedade que os jogadores portugueses mostram em campo.

A não ser que a afirmação de Fernando Santos de que íamos a França para ganhar o caneco, os tenha afectado ao ponto de demonstrarem uma quase nula eficácia, face ao caudal ofensivo que apresentaram nos dois jogos já realizados.

Ou então que a presença do Primeiro-ministro e do Presidente da República nos jogos lhes cause um tal pressão que os transforme em quase zombies.

É certo que não está nada perdido, mas salta à vista desarmada que, mesmo que passem a fase de grupos, Portugal tem poucos recursos para enfrentar as selecções que seguirão em frente.

Um penalty falhado, bolas nos postes, 23-3 em remates, 10-0 em cantos e chegar ao fim a zero. Fazer substituições a dois minutos do fim já não se usa no futebol moderno.

Sim, o CR7 falhou um penalty e continuou a marcar todas as bolas paradas e sempre com o mesmo resultado: nulo.

Após o jogo, correu às redes sociais para deixar mensagem:

Triste com o resultado mas sei que todos juntos vamos dar a volta por cima.

A converseta do costume.

Ainda um pormenor: fazer substituições a dois minutos do fim, tentando dar a volta ao jogo, já não se faz no futebol moderno.

E uma pergunta:

E para que raio de coisa, Fernando Santos levou o Renato Sanches?


Alguém lhe diga que o miúdo é o único naquela equipa capaz de pegar na bola e levá-la para a frente e não para os lados ou para trás.

sábado, 18 de junho de 2016

NÃO SERVE PARA NADA!



Dizem que um poeta francês foi uma vez apresentado a um riquíssimo banqueiro. O apatacado personagem perguntou ao poeta: 
– Para que serve a poesia?
E o poeta respondeu-lhe:
– Para o senhor, não serve para nada.

Legenda: Baudelaire por Gustave Courbet

OLHARES


sexta-feira, 17 de junho de 2016

POSTAIS SEM SELO


Há lâmpadas que tornam certas casas
Mais escuras por dentro do que por fora.

David Mourão-Ferreira

APRENDIZAGEM


Contigo aprendi a amar os sítios
onde ninguém chega para mentir:
pequenos cafés,
sem televisão
e com uma mesa de bilhar
nos fundos,
onde se sentam velhos
a contar lentamente
a reforma;
ou salas de cinema de bairro
a caminho do fim,
albergando em tardes de verão
seis ou sete
solitários
não esquecendo esses bancos de jardim
com coreto
derruído
e outros fronteiros
ao mar.

Jorge Gomes Miranda na antologia Em Nome do Pai

Legenda: pintura de John French Sloan

quinta-feira, 16 de junho de 2016

POSTAIS SEM SELO


Não é assim tão fácil escrever sobre coisa nenhuma.

Patti Smith em M Train.

Legenda: Patti Smith

NICO


Eu tinha uma esperança, vaga mas esperança.
Mas hoje tudo se desfez:
Nico Gaitan vai mesmo deixar o Benfica para ir jogar no Atletico de Madrid.
Estou condenada a ver, em cada final de época os meus meninos abandonarem o clube: Aimar, Saviola, DiMaria, David Luís, Cardoso, Fábio Coentrão, Renato Sanches.
Uma sombra a pairar sobre a alegria da conquista do tricampeonato.
Ver jogar o Nico é uma alegria sem palavras, acima de tudo pela sua classe, a sua humildade.
Muitos não apreciavam aquele seu brinca na areia.
Saberão agora o que perderam.
E como eu gostava, quando o Nico falava com os jornalistas e, a propósito de tudo e de nada. saía-lhe aquele: es muy lindo!
Ainda o vejo de lágrimas nos olhos quando em Coimbra disse que se ia embora.
Ver o Nico, com outra camisola que não a do Gloriosos, é algo difícil de aguentar.
Muito difícil, mesmo.
Boa sorte, Nico!

BOLAS PR'O PINHAL


 Cristiano Ronaldo foi um dos jogadores escolhidos pela UEFA para integrar o onze ideal referente à 1.ª jornada do Euro2016.

O jornal catalão Sport questiona os critérios que levaram a esta escolha deixando de fora, por exemplo, o espanhol Iniesta ou o croata Modric.

De facto, Cristiano Ronaldo, em noventa minutos, não deu uma para a caixa.

Antes do jogo, os jornalistas perguntaram a Fernando Santos como se encontrava o CR7.
O seleccionador respondeu: está bem e recomenda-se.

O que se viu permite concluir que Cristiano Ronaldo nem está bem nem se recomenda.
Porque se não está bem, dê o lugar a outro.

Já cansa esta protecção que lhe é feita.

Um pormenor: no último minuto do jogo com a Islândia, há um livre perigoso, mesmo ao jeito de Rafael Guerreiro,(teve uma execução soberba no Portugal Estónia) mas o CR7 não deu hipótese ao miúdo, quis ser ele a marcar e mandou um chuto contra a barreira islandesa.

Porra!

Alguém terá de lhe dizer que não há donos da bola!

OLHAR AS CAPAS


M Train

Patti Smith
Capa: Rui Rodrigues
Tradução Helder Moura Pereira
Quetzal Editores, Lisboa, Maio de 2016

Não é assim tão fácil escrever sobre coisa nenhuma.
Isto era o que um cowboy estava a dizer quando eu ia mesmo quase a entrar num sonho. Vagamente bonito, intensamente lacónico, ele balançava-se numa cadeira desdobrável, reclinado para trás, com o seu Stetson a roçar a parede exterior de um café isolado de cor parda. Digo isolado porque parecia não haver mais nada ali por perto, exceto uma bomba de gasolina fora de uso e um bebedouro enferrujado, enfeitado com um colar de moscas pousadas sobre os últimos resíduos da sua água estagnada. Também não havia ninguém por ali, mas isso não era coisa que o importunasse; limitou-se a puxar a aba do chapéu para cima dos olhos e continuou a falar. Era o mesmo modelo Silverbelly Open Road que Lyndon Johnson costumava usar.
- Mas nós continuamos o nosso caminho – prosseguiu ele, alimentando todo o tipo de esperanças loucas – Para redimir a perda, um pequeno momento de revelação pessoal. É um vício, como jogar nas máquinas ou uma partida de golfe.
- É muito mais fácil falar sobre coisa nenhuma – disse eu.
Ele não ignorou a minha presença completamente, mas foi incapaz de contestar.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

BOLAS PRÓ PINHAL


E o Portugal Islândia disse:

Primeira grande surpresa do Europeu – titulou o jornal espanhol Marca.

Passar toda a segunda parte do jogo a fazer cruzamentos por alto não foi nada  inteligente. A equipa islandesa é constituída por jogadores quase a roçarem os dois metros de altura e essa maneira de os portugueses jogarem deixou-os sempre em posição confortável.

Nunca por nunca ser, uma equipa ganha jogos apenas porque tem o melhor jogador do mundo.
Uma vez por outra pode acontecer, mas Cristiano Ronaldo chega às fases finais de europeus e mundiais completamente nas lonas.

Alegadamente, no final do jogo não cumprimentou os adversários.

O adjunto de treinador da Islândia disse:

Ele é livre de fazer o que quiser no final dos jogos.

Cristiano Ronaldo, com aquela sua deselegância que o caracteriza acusou ainda a seleção da Islândia de ter "mentalidade pequena", de se dedicar ao "anti-jogo" e de só saber jogar com "pontapé para a frente".

O treinador islandês não perdeu tempo em dar-lhe a adequada resposta:

 Se queriam vencer a Islândia tinham que jogar melhor. É tão simples quanto isso.

Oliver Kahn, antigo guarda-redes alemão, não morre de amores pelo CR7 e o empate frente à Islândia foi pretexto para deixar novas críticas ao avançado português:

Quando um jogador como ele se vai fazendo velho, deve dar-se conta do passar do tempo. É aborrecido ver sempre a mesma imagem, aquele exagero, aquele protagonismo. Esteve discreto. Com o papel que desempenha, deveria ter lutado muito mais.

Os anos pesam e é avisado encontrar soluções o mais depressa possível.

Fernando Santos é bom homem, mas vive muito da fé que, dentro das quatro linhas, de nada serve.

É incompreensível que tendo jogadores em melhor forma, tenha optado por João Moutinho, que vem de uma época medíocre, por via de uma lesão ao serviço do Mónaco e que está muito abaixo do seu melhor.

Certo que nem tudo está perdido, mas este jogo era mesmo para ganhar.

No sábado defrontamos a Áustria.


Vamos a ver, como diz o cego.

AVISO À NAVEGAÇÃO


Ainda não nos foi possível laborar, na plenitude, com a geringonça com que, diariamente, fazemos este CAIS DO OLHAR.

Resta-nos continuar a apresentar o trabalho possível e renovamos os pedidos de desculpa.

OLHARES


Dormir ao sol.

terça-feira, 14 de junho de 2016

BOLAS PR'O PINHAL


No seu jogo inaugural do Euro 2016, Portugal empatou com a Islândia.

Tal como, nestas circunstâncias, dizem os jogadores:

Há que levantar a cabeça e pensar no próximo jogo!

AÍ VAMOS NÓS!


ASSIM COMO SENTIR UMA ENORME TRISTEZA...


O guitarrista Eric Clapton revelou que uma doença no seu sistema nervoso lhe está a causar dificuldades em tocar guitarra. O músico poderá, em breve, deixar de conseguir tocar por completo.

“Tive muitas dores ao longo do último ano e tive de encarar o facto de que não vai melhorar”.
Clapton disse que tudo começou com “dores nas costas”, que foram o início de uma neuropatia periférica (doença que afeta os nervos periféricos, responsáveis pela comunicação entre o cérebro e as diferentes partes do corpo). Esta doença causa fraqueza muscular, dormência, sensação de formigueiro e perdas de equilíbrio e coordenação. Em 2013, estas dores forçaram o músico a cancelar alguns concertos.


Com um passado de drogas e consumo excessivo de álcool, o artista revelou: “não sei como sobrevivi, especialmente aos anos 70”.


segunda-feira, 13 de junho de 2016

POSTAIS SEM SELO


Merda! Sou lúcido.

Álvaro de Campos

NÃO SEI SE OS ASTROS MANDAM NESTE MUNDO


Não sei se os astros mandam neste mundo,
Nem se as cartas —
As de jogar ou as do Tarot —
Podem revelar qualquer coisa.

Não sei se deitando dados
Se chega a qualquer conclusão.
Mas também não sei
Se vivendo como o comum dos homens
Se atinge qualquer coisa.

Sim, não sei
Se hei-de acreditar neste sol de todos os dias,
Cuja autenticidade ninguém me garante.
Ou se não será melhor, por melhor ou por mais cómodo,
Acreditar em qualquer outro sol —
Outro que ilumine até de noite. —
Qualquer profundidade luminosa das coisas
De que não percebo nada...

Por enquanto
(Vamos devagar)
Por enquanto
Tenho o corrimão da escada absolutamente seguro.
Seguro com a mão —
O corrimão que me não pertence
E apoiado ao qual ascendo...
Sim... Ascendo
Ascendo até isto:
Não sei se os astros mandam neste mundo...


Richard Zenith na Fotobiografia de Fernando Pessoa escreve:

Pessoa, de certo modo, acreditava em tudo, mas sem ter fé em nada. Isso é, estava aberto a tudo, absorvia tudo para depois fazer o seu próprio percurso.

Richard Zenith diz que, com este poema,  escrito a 5 de Janeiro de 1935, devemos estar atentos à atitude religiosa de Pessoa.

Legenda: Fernando Pessoa nas notas de cem escudos, impressas nos anos 80.

EM FLAGRANTE DELITRO


Foi graças ao sobrinho de Ofélia, o poeta Carlos Queirós, amigo de Pessoa desde 1925, que este restabeleceu contacto com ela, nove anos depois de ter posto fim ao namoro. Num dia de Setembro de 1929, o poeta mais novo levou para casa, onde a tia vivia, uma fotografia que Pessoa lhe oferecera e que o retratava numa adega a beber aguardente. Ofélia, que achou a foto engraçada, disse que gostava de ter uma para si. Passados dias, recebeu um retrato idêntico, com a hoje célebre dedicatória «Fernando Pessoa, em flagrante delitro».

É PERMITIDO AFIXAR ANÚNCIOS


Primeiro estranha-se, depois entranha-se.

Fernando Pessoa

OLHAR AS CAPAS


Fotobiografia de Fernando Pessoa

Richar Zenith
Colecção: fotobiografias do Século XX Direcção de Joaquim Vicente
Capa: Fernando Rochinha Diogo
Círculo de Leitores, Lisboa, Outubro de 2008

Pessoa também pôs o seu talento como escritor ao serviço da publicidade. Por volta de 1928, a Coca-Cola começou a ser comercializada em Lisboa, sendo a firma Moitinho d’Almeida Lda, a representante do produto em Portugal. O poeta, que trabalhou como correspondente estrangeiro para essa empresa durante muitos, inventou um slogan para publicitar a nova bebida: «Primeiro estranha-se, depois entranha-se.» Entretanto, o produto foi logo retirado do mercado, provavelmente devido à palavra «coca» no seu nome, mas o slogan pessoano poderá ter contribuído para tal medida, pois o Dr. Ricardo Jorge, então director da Saúde de Lisboa, considerou que ele era uma clara confissão da toxicidade da bebida. 

domingo, 12 de junho de 2016

CHEIRA A LISBOA





Lisboa.
Noite de Santo António.

ALTO DO PINA É QUE É!





Marcha do Alto do Pina.
Arrancaram há instantes para irem desfilar na Avenida com total confiança de que a vitória, mais uma vez, lhes sorrirá.

BOLAS P'RO PINHAL!


O ESCRITOR JAVIER MARÍAS, escreveu:

O futebol é semelhante em tantas coisas ao cinema que talvez por isso o seu mundo nunca tenha sido transportado para o ecrãn: pareceria uma redundância.

SÓ GENTE MENTECAPTA coloca as selecções da Rússia e da Inglaterra, em Marselha, a mais problemáticas das cidades de França.

A cidade tem assistido a autênticas batalhas campais.

Contam-se já 19 feridos, entre os quais um inglês que está entre a vida e a morte, após ter sido agredido com barras de ferro na cabeça.

Ontem, após o empate entre a Rússia e a Inglaterra, nas bancadas do estádio, adeptos russos carregaram sobre adeptos ingleses.

 Os adeptos russos vão ser investigados por pelo Comité de Ética e Disciplina do organismo regulador do futebol europeu, que decidirá eventuais sanções durante uma reunião marcada para terça-feira.

Investigados deveriam ser os responsáveis uefeiros, as autoridades francesas por terem escolhido Marselha como sede do grupo destas duas equipas.

Já no Mundial de 1998, os ingleses ficaram em Marselha e espalharam a violência pela cidade.

Ninguém aprendeu coisa alguma.

Lamentável.

Em MARCOUSSIS O DIA-A-DIA tem sido alterado com a presença da selecção portuguesa de futebol, que aqui montou o seu quartel-general durante o Europeu de futebol.


No centro de Marcoussis, junto à Câmara Municipal, até um cabeleireiro masculino alterou a sua dinâmica com a proximidade das estrelas lusitanas e agora anuncia na montra cortes de cabelo à Cristiano Ronaldo, por 16 euros. 

V.S.T. & ETC


Feira do Livro.

Eu sabia que quando passasse pelo pavilhão da & etc. na Feira do Livro, não iria encontrar o Vitor Silva Tavares.

O ano passado, nas duas vezes que por lá passei, também não o encontrei, mas aí sabia que era apenas um desencontro e bastava descer ao subterrâneo da Rua da Emenda para o ouvir, brilhante contador de histórias que ele era.

Mas agora, a situação é irremediável.

O Vitor deixou-nos, ia Setembro passado pelo meio.

Olho o pavilhão e apenas acontecem memórias fugidias de um homem que, como ninguém, amava os livros.

E que tenho imensa pena de não mais ouvir, de deixar de saber a sua alegria de menino quando punha um livro nos escaparates.

No pavilhão da Quetzal, folheio o último livro de Patti Smith, saído no mês passado, e em lista de espera para ser comprado.

Como sempre, leio o começo do livro.

Sinto um arrepio: o livro segue o acordês.

A minha vontade é deixá-lo por ali.

Mas Patti Smith é um chamamento, e o meu inglês-de-cais-do-sodré não dá para ler o original.

Mal digo as brilhantes mentes que pariram semelhante atrocidade, e levo o livro para casa.

sábado, 11 de junho de 2016

POSTAIS SEM SELO


Um título vale o que vale. Os poetas são uns grandes batoteiros e é por isso que Platão não gostava deles. Platão era um homem muito sério, um bolchevique, à procura da ordem do mundo. Ora o mundo, sabemo-lo hoje, é uma grandessíssima desordem, mesmo a ser um facto que Deus não joga aos dados: “esta casa desconhece a rectidão das esquadrias e não há uma única parede que se possa dizer plana”.
Quanto aos livros, valerão – ou não – tanto como um par de sandálias compradas na Medina. Experimentem calçar sapatos apertados e logo me dirão se não é terrível.
Numa frase: melhor que ser poeta, é ser poesia.

Ana Cristina Leonardo

OLHARES


Feira do Livro.

Na década de 90, despedia-me por vezes de colegas dna Feira do Livro de Lisboa com um«até para o ano, se ainda houver livros».
A frase era irónica. numa época em que os artigos sobre a crise do livro tipográfico formavam uma espécie de género ensaístico menor. Alguns anos depois tingiu-se de humor negro com o surgimento dos leitores de e-books e de uma geração habituada aos écrans e desabituada de livros.
Mas o livro impresso entrou no século XXI com inesperado vigor e as previsões sobre o avanço da da edição electrónica revelavam-se apressadas.

Fernando Vale, editor da Relógio D'Água.

BOLAS P'RO PINHAL!



HÁ LONGOS ANOS, 6 DE JUNHO DE 1972, o poeta Ruy Belo escrevia no jornal A Bola:

Quer-nos parecer que começa a ser tempo de o intelectual ou o artista irem perguntando a si próprios por que motivo o público que lhes falta esgota lotações dos estádios, num país subdesenvolvido do Ocidente ou numa república popular, pelo maduro prazer de assistir, durante noventa minutos, às aparentemente loucas correrias de um punhado de homens atrás de uma caprichosa bola de couro.

CRISTIANO RONALDO, EM ENTREVISTA à revista italiana Undici, declarou: 

Onde me coloco numa classificação dos melhores do mundo nos últimos vinte anos? Penso positivo e penso que com os resultados que consegui posso pensar que sou o melhor. Os melhores influenciam o desporto e no meu caso acho que tive um impacto importante. Se consegues correr, saltar mais alto que os outros, ser forte e ágil ao mesmo tempo podes tornar o teu talento mais eficiente. Trabalhei muito para chegar ao mais alto nível e continuo a fazê-lo para me manter no patamar em que estou. Mantenho a mesma atitude e dedicação em cada treino e em cada jogo. Cuido-me muito para continuar a fazer história neste desporto durante muitos anos.

Um estudo do Observatório de Futebol, um organismo sedeado na Suíça, apresentou um estudo onde se conclui que Cristiano Ronaldo é o mais valioso jogador da fase final do Campeonato Europeu de Futebol.

O capitão português está avaliado em 137,8 milhões de euros.

O segundo lugar do pódio é ocupado por Atoine Griezmann, jogador do Atlético de Madrid, avaliado em 120 milhões de euros, seguindo-se o ponta de lança do Tottenham e da selecção britânica, Harry Kane com uma avaliação de 112,5 milhões de euros.

No que diz respeito às selecções, a Inglaterra é a mais cara desta competição, com um valor estimado de 751,6 milhões de euros. A França e a Espanha ocupam o segundo e terceiro lugares respectivamente, com avaliações que superam os 600 milhões de euros.


Portugal ocupa a sexta posição na lista de avaliações das 24 equipas que estarão no Euro 2016 com um valor total de 449,9 milhões de euros.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

À LUZ DE CANDEEIROS


Lisboa.
Candeeiro junto ao edifício do Museu Resistência e Liberdade.