domingo, 30 de outubro de 2016

OLHAR AS CAPAS


O Livro Assassino

Rex Stout
Tradução: Mascarenhas Barreto
Capa: A. Pedro
Colecção Vampiro nº 391
Livros do Brasil, Lisboa s/d

- Está tudo acabado! anunciei. – Senti que você gostaria de saber o resultado. O júri esteve fechado, a discutir, durante nove horas, mas acabou por concertar um veridicto de culpabilidade de assassínio de primeiro grau. Como sane, O’Malley foi julgado pelo assassínio de Rachel Abrams e não pelo do seu irmão, o que não faz a menor diferença. Considerado culpado por um dos seus crimes, é o mesmo que ser sentenciado pelos quatro. Na cadeira eléctrica, só se morre uma vez.
- Lá isso é verdade! Obrigada por ter-me telefonado. Estou a ouvi-lo tão de perto, que é como se o tivesse aqui.
- Gostaria de estar – lisonjeei. – Que tempo faz por essas bandas? Está a chover?
- Oh, não! Está um sol brilhante e corre uma brisazinha tépida, adorável! Porque pergunta isso? Está a chover em Nova Iorque?
-  Pode estar certa de que chove a «potes». Parece que trago a chuva comigo, vá eu para onde for! Lembra-se do estado em que me viu, pela primeira vez, através do postigo da porta?
- Certamente! Nunca mais me esquecerei de si.
- Nem eu, Peggy. Adeus! Até um dia… quem sabe?
- Adeus, Archie!
Realmente, nesta vida, quem sabe? O mundo dá muitas voltas e há maridos que, embora tão «senhores do seu nariz», como imbecis, se lembrar de ir «desta para melhor». Nessas coisas, quem manda é o Destino… E se ele me mandasse para aqueles lados, não deixaria de aproveitar para bater à mesma porta e exultar ao dizer: «Viva, Peggy!»

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