terça-feira, 10 de janeiro de 2017

OLHAR AS CAPAS


A Fenda Aberta

F. Scott Fitzgerald
Prefácio, Tradução: Aníbal Fernandes
Capa: Augusto T. Dias
Colecção Memória do Abismo nº 7
Hiena Editora, Lisboa, Janeiro de 1986

Vou conseguir viver em moldes novos, apesar de ter levado alguns meses a certificar-me disto. E tal como esse risonho estoicismo que permitiu ao negro americano suportar condições de vida intoleráveis mas lhe sacrificou a noção de verdade – também no meu caso um preço tenho de pagar. Já não sinto simpatia por carteiros, merceeiros, chefes de redacção, maridos da prima e a vida agora vai-me ser mais fácil de viver; “Cave canem” (1), tenho sempre escrito por cima da porta. Vou tentar ser um animal correcto, o mais possível, e olhem: se me atirarem um osso com bastante carne agarrada, quem sabe lá se não sou capaz de vos lamber a mão.


(1)  Cuidado com o cão, em latim (Nota do T.).

Sem comentários: