terça-feira, 7 de março de 2017

ESPREGUIÇAMENTO DE PRIMAVERA


O grito duma sereia no Tejo rasgou o véu azul da manhã. Baltasar virou-se para as janelas e, com a face apoiada na mão esquerda, ficou a olhá-las. As andorinhas cortavam o ar, explorando os beirais familiares. Adivinhava-se o primeiro espreguiçamento da Primavera no ar quase tépido, e ao fundo, para lá do casario apinhado, a toalha do rio desdobrada ao sol.

José Rodrigues Miguéis em Idealista no Mundo Real

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