domingo, 12 de março de 2017

UMA DITADURA BENEVOLENTE


Hoje em dia, vejo esta decisão como uma das mais inteligentes da minha juventude. Sempre acreditei que a longevidade da E Street Band – e já lá vão mais de 40 anos desde a sua criação – se deve em parte ao facto de haver pouca ou nenhuma confusão no papel a desempenhar por cada um dos seus membros. Os meus colegas de banda nem sempre ficavam felizes com as minhas decisões e podem ter-se enfurecido com algumas delas, mas ninguém pôs em causa o meu direito a tomá-las. A transparência prevaleceu e permitiu-nos criar uma ligação baseada no princípio de que, embora trabalhássemos juntos, a banda era minha. Concebi uma ditadura benevolente; tudo o que contribuísse para a nossa criatividade era, dentro da estrutura que preparei, bem-vindo, mas só o meu nome constaria nos cartazes e nos álbuns. Mais tarde, quando aparecessem, os problemas cairiam sobre mim. Por isso, a partir de então, a última palavra seria minha. Ainda assim, surgiram problemas, mas recorremos a um sistema razoavelmente bem definido para os contextualizar e resolver.

Bruce Springsteen em Born To Run

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