sexta-feira, 7 de abril de 2017

COMO SE ME CORTASSEM DEDOS...


14-III-1964
Já há muito tempo que não tinha uma «crise» de irritação como a de hoje; quase me fez chorar… logo de manhã estes bárbaros resolveram cortar as árvores que havia na parada! Doeu-me como se me cortassem dedos. Objectivos de eficiência militar com certeza, quer para as viaturas circularem livremente na parada, ou as metralhadoras não terem obstáculos… Já tinha tido discussões c/ os do desporto que queriam arrancar árvores para construir os campos, q1uando não havia necessidade disso, era acto gratuito!

                                                            *
Os povos civilizados plantam árvores… os não civilizados arrancam-nas.

José Luandino Vieira em Papéis da Prisão

Sem comentários: