terça-feira, 25 de julho de 2017

QUOTIDIANOS


O maquinista vê alguém pronto para se suicidar.
Acciona os travões de emergência e resta-lhe esperar, envolvido em perplexidade, impotência e angústia.
Sabe da pancada frontal, os rodados a passar por cima do corpo.
Segundos que ficam registados para toda uma vida.
Depois do acidente, a longa espera pelas formalidades e depois o voltar a conduzir, em situação traumática, o comboio ao seu destino.
Entre 2006 e 2015, 801 pessoas foram colhidas por comboios. 402 foram suicídios, os restantes aconteceram em passagens de nível ou em atravessamentos de linha em locais onde não são permitidos.
Soube-se agora que os maquinistas da CP pedem ajuda para enfrentar mortes na linha.

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