quarta-feira, 13 de setembro de 2017

OLHAR AS CAPAS


Um Crime no Expresso do Oriente

Agatha Christie
Tradução: Gentil Marques
Capa: Cândido Costa Pinto
Colecção Vampiro nº 13
Livros do Brasil, Lisboa s/d

- Fui ameaçado, senhor Poirot. Sou um homem que precisa tomar precauções.
Assim dizendo, o velho tirou do bolso um revólver automático; depois continuou:
- Não sou homem que se deixe apanhar facilmente! Com esta arma, sinto-me mais seguro. Creio que o senhor é a pessoa de que preciso, senhor Poirot. E lembre-se: dinheiro!... Muito dinheiro!
O belga encarou-o um instante, pensativo, com a fisionomia absolutamente impenetrável. Seria difícil adivinhar-lhe os pensamentos.
- Lamento – disse afinal. – Não o posso servir, senhor Ratchett.
Este fitou-o com uma expressão de astúcia.
- Que preço pede?
Poirot meneou a cabeça.
- Não me entendeu. Fui muito feliz na minha profissão. Ganhei o dinheiro preciso para as minhas necessidades e os meus caprichos. Actualmente, ocupo-me só dos casos que me interessam.
- O senhor é teimoso! – disse Ratchett. – Não tentam vinte mil dólares?
- Não.
- Se insiste, para obter mais, engana-se. Avalio perfeitamente a importância do que lhe peço.
- Eu também, senhor Ratchett.
- O que é que não lhe agrada na minha proposta?
Poirot levantou-se.
- Desculpe a franqueza, senhor Ratchett. O que não me agrada é a sua fisionomia.
E com estas palavras o belga deixou o salão.

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