sábado, 16 de setembro de 2017

RELACIONADOS


"Eu compro isto tudo", disse Manuel de Brito, fundador da Galeria 111 e um dos maiores coleccionadores de arte portuguesa do século XX - que é cerne da actividade do centro de arte com o seu nome, no Palácio Anjos, em Algés - quando chegou à porta da casa de Mário- -Henrique Leiria, para onde correu depois de o amigo Carlos Lobo da Cunha o ter avisado que os seus herdeiros estavam a deitar fora tudo o ele que deixou, ao morrer prematuramente, aos 57 anos, em 1980.
Quem nos conta a história é a viúva de Manuel, Maria Arlete Alves da Silva, a propósito da inauguração de O Legado de Mário Henrique Leiria, marcada para quinta-feira, dia 30: "De repente, na minha garagem, estava toda a casa dele - as arcas com trabalhos, os móveis, as travessas e os pratos, três ou quatro mil livros, milhares de revistas e jornais, a correspondência, os quadros, os manifestos surrealistas, os discos, os filmes e as máquinas de filmar, as pastas com desenhos, as peças de barro e cobre, catálogos das exposições e móveis, alguns insólitos, outros desenhados por ele... Parecia que nunca mais acabava."

Rita Bertrand na revista Sábado, Março de 2017

Legenda: Mecanismo da Revolução, 1948, colagem sobre papel de Mário-Henrique Leiria, tirado do catálogo do Legado de Mário Henrique Leiria

Sem comentários: