sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

1947


Mécia:
Não é já de Natal esta poesia.
E, se a teus pés deponho algo que encerra
e não algo que cria,
é porque em ti confio: como a terra,
por sobre ti os anos passarão,
a mesma serás sempre, e o coração,
como esse interior da terra nunca visto,
a primavera eterna de que existo,
o reflorir de sempre, o dia a dia,
o novo tempo e os outros que hão-de vir.

31.12.47

Jorge de Sena, poema retirado da Antologia  Natal…Natais

Legenda: Mécia de Sena

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