quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

OLHAR AS CAPAS


O Mistério da Escada de Caracol

Mary R. Rinehart
Tradução: Erico Veríssimo
Capa: Cândido Costa Pinto
Colecção Vampiro nº 12
Livros do Brasil, Lisboa s/d


Eram mais ou menos oito e meia quando deixámos a sala de estar; e, ainda impressionados com a falência do Banco e com os outros acontecimentos que lhe diziam respeito, Helsey e eu saímos a dar um passeio pelos arredores. Dentro em pouco, Gertrudes seguiu-nos. «A luz está-se adensando», como escreveu Shakespeare referindo-se ao crepúsculo, sapos coaxavam, grilos cricrilavam, enchendo a noitinha de ruídos estridentes. Havia na paisagem uma sensação opressiva de solidão, a despeito de toda a sua beleza, Senti saudade das noites agitadas da minha cidade, do estrépito dos cavalos sobre o calçamento das ruas, das luzes, das vozes humanas, da algazarra das crianças que brincam… o campo oprime-me depois que a escuridão começa a descer. As estrelas, que na cidade ficam eclipsadas pelo fulgor das luzes eléctricas, aqui fora têm um brilho insistente, vivo. Quer queira, quer não queira, surpreendo-me, às vezes, a procurar no céu as que eu conheço pelo nome. Sinto uma coisa esquisita, quase desagradável…

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